segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Obesidade em Felinos





Ao contrário do que muitos pensam, um gato fofinho e saudável não é um gato redondo e gordinho!! 
O único gato gordo sem problemas de saúde que conhecemos, é o Garfield. Como na vida real a coisa é um pouco diferente, os gatinhos que exageram na comida acabam pagando um preço caro por isso.

Como a obesidade felina vem a cada ano se tornando mais comum entre os pets, há uma grande preocupação dos médicos veterinários com isso, desenvolvendo programas nutricionais para fêmeas castradas, assim como uma ração específica para machos castrados, pois cada um tem uma necessidade nutricional diferente.

O gato é um animal carnívoro estrito, assim, na natureza ele precisa ingerir altos níveis de proteína, baixos níveis de gordura e a mínima quantidade de carboidratos. Ao comparar com um cachorro, o felino necessita de uma quantidade muito menor de carboidratos, por isso não é interessante, e muito menos saudável, oferecer ração de cão para um gato. Então quando o bichano acaba ingerindo qualquer carboidrato além de sua necessidade, este acaba se transformando em gordura.




O que é a obesidade?

A obesidade pode ser causada por distúrbios metabólicos, o que na maioria dos casos não acontece, ou por causas comportamentais, que são mais frequentes na prática clínica, e está intimamente relacionada com o equilíbrio entre a aquisição de energia e o seu gasto. Se a ingestão energética for maior do que o seu gasto, isto implicará em aumento de peso, assim o aumento na ingestão energética é a principal causa da obesidade nos felinos, sendo a mesma causa de obesidade em cães e humanos.
Com a domesticação, os gatos passaram a ter hábitos muito diferentes do que tinham em sua vida selvagem. Eles tinham seus dias divididos em diversas atividades que necessitavam um grande gasto de energia, pois durante o dia eles tinham que caçar, dormir, comer, brincar e se limpar. 

Mas, o grande culpado nesse caso não é o gato, e sim o proprietário. Por que? Bem, pelo simples fato de que seu gato, por mais inteligente que seja, não consegue abrir a geladeira, potes de biscoitos, petiscos e se servir sozinho. 

Deixar a comida a vontade para o gatinho, não está errado, o que está errado na grande maioria das vezes, é a quantidade de ração que fica a disposição dele. Cada produto possui uma quantidade mínima necessária para um balanceamento adequado de cada animal, o ideal é seguir esta recomendação, assim já evitamos um problema sério, de deixar nosso amigo a cima do peso.

A fase considerada mais crítica é a fase de filhote, pois geralmente eles tem que disputar a comida com os irmãozinhos da ninhada, e acabam comendo desesperadamente tudo o que conseguem e veem pela frente. Mas é nessa fase que as células de gordura se multiplicam, e depois que já estão presentes elas só tendem a aumentar e diminuir de tamanho, conforme o consumo e gasto de energia do animalzinho. Então, filhote glutão tem maior probabilidade de se tornar um animal obeso.

A castração muitas vezes também está associada ao aumento de peso. Isso ocorre porque, a atividade diminui um pouco pelo fato do animal não sair mais de casa como anteriormente para se relacionar com outros animais e também há uma baixa no nível metabólico. Porém nem todos os gatos engordam após uma castração. Outra causa de sobrepeso é a doença endócrina relacionada à tireóide, o hipotireoidismo. No entanto, esta doença é extremamente rara nos gatos e em alguns casos de hipotireoidismo, o gato não é obeso.
Assim a obesidade pode causar vários danos para os animais como:
¨      Diabetes
¨      Lipidose hepática (acúmulo de gordura no fígado)
¨      Artroses (pelo peso sobre as articulações)
¨      Problemas de pele (pela dificuldade em se lamber)
¨      Maiores riscos em anestesias
São várias as formas de diagnóstico de obesidade. Algumas como a pesagem do gato e a observação de acúmulo de gordura corporal (neste caso, em gatos muito gordos), são possíveis de serem detectadas até mesmo pelo proprietário. No entanto, existem formas mais concretas de diagnóstico, que somente o veterinário é capaz de realizar, como a palpação corporal, o cálculo do índice de gordura corporal e a utilização do diagrama de silhuetas. Existem ainda outros métodos como a dosagem do hormônio leptina e a utilização de aparelhos sofisticados com emissão dupla de raio-x, que infelizmente, ainda são feitos somente em estudos científicos.



O tratamento da obesidade deve ser feito somente pelo médico veterinário. Pois ao contrário do que a maioria imagina, não se trata de apenas diminuir a quantidade de ração ou deixar o gato passar fome. Pois isso implicará em perda de peso, mas com perda de massa magra, ou seja, músculos, tecidos, tudo que seja composto de proteína, pois lembre-se, o organismo do gato utiliza proteína para obter energia. Se ele não ingere nutrientes, o organismo dele acaba consumindo as proteínas do próprio corpo do animal. Além disso quando se oferece menos comida para um animal obeso, a gordura corporal consumida também pode parar de obter energia, e assim acumular-se intensamente no fígado, causando alterações funcionais, conhecida como Lipidose Hepática. Então o emagrecimento do animal deve ser feita de maneira controlada e com acompanhamento.

Uma coisa que o proprietário pode fazer para auxiliar na recuperação do gatinho, é incentivar o bichano com brincadeiras, assim ele gastará mais energia.




Como prevenir?


Para evitar que seu animal ganhe muito peso, o ideal é ajustar sua dieta de acordo com o modo de vida que ele leva, animais mais ativos necessitam de um valor energético maior. Se seu animal é castrado, a quantidade de calorias ingeridas deve ser rigorosamente controlada para que ele não se torne um animal obeso. 
A grande maioria dos produtos para alimentação de felinos, possui uma tabela indicando a quantidade necessária para cada animal de acordo com sua faixa etária. Assim como já existem no mercado rações específicas para raças, sexo, e até mesmo as medicamentosas, que são também utilizadas como coadjuvantes de tratamentos para determinadas patologias que podem vir a acometer o animalzinho.
Lembrando sempre que esse processo de emagrecimento deve ser acompanhado por um médico veterinário, para que ele possa orientar o proprietário de uma maneira mais adequada.




Priscila de Medeiros Gomes
Médica Veterinária
CRMV/SC 5074

domingo, 15 de janeiro de 2012

Pulgas e Carrapatos

Com a chegada do calor, uma das maiores preocupações de médicos veterinários e pet shops são as pulgas e os carrapatos. Esses pequenos e desagradáveis parasitas se proliferam de maneira muito rápida nessa época do ano.



Há várias espécies de pulgas e carrapatos, e algumas delas podem até transmitir doenças para os humanos como o bicho de pé e a febre maculosa, sendo a primeira transmitida por pulgas e a segunda por carrapatos.

Devido a esses fatores, o ideal é no verão fazer um controle mais rigoroso desses parasitas. Como a maioria dos produtos utilizados para controle de carrapatos são os mesmo utilizados para controle de infestações por pulgas, acabam sendo mais práticos. Porém tal controle nessa época do ano é ideal ser feito mensalmente, devido ao tempo de ação sobre os carrapatos.

Mas meu cachorrinho não sai de casa, tenho mesmo que passar este produto?

Sim, pois mesmo não saindo de casa ele pode pegar pulga e carrapato. Isso porque nós podemos levar ovos destes parasitas grudados em nossas roupas e acabar passando para nossos amiguinhos. Como não conseguimos enxergar, podemos nos encostar em alguma parede, muro ou portão e acabar levando estes para dentro de casa.

Então todo o controle de pulgas e carrapatos tanto no seu animalzinho como no ambiente, nessa época do ano devem ser mais rigorosas.

As pulgas além de picadas e coceira, também pode transmitir doenças para seu animalzinho como um verme intestinal chamado de Dipylidium. Ele se parece com pequenos grãos de arroz achatados nas fezes e ao redor do ânus, grudados nos pelos da região. Sendo importante também uma desverminação a cada três meses pelo menos.

     












Já o carrapato pode transmitir a Erliquiose, que é causada por um protozoário, sendo o carrapato apenas um vetor. A Erliquiose é uma doença que pode se tornar grave quando não tratada pois como o protozoário age diretamente no sangue, o animal acaba ficando anêmico, podendo desenvolver uma série de doenças secundárias.



Mas não fique neurótico com a presença de um carrapato no seu animal, pois nem todos transmitem tal doença. E cuidando bem do seu companheiro, você consegue prevenir grande parte das doenças transmitidas por parasitas.




Priscila de Medeiros Gomes
Médica Veterinária
CRMV/SC 5074